terça-feira, 20 de março de 2012

O REINO DOS FUNGOS VI

A diversidade de cogumelos em Sergipe é grande e pouco conhecida!
Necessitamos proteger e conservar a biodiversidade e os recursos naturais, o que deve ser prioridade e preocupação generalizada não só da comunidade científica, mas da sociedade.


AVISO IMPORTANTE:
As informações aqui postadas, por si só não permitem a identificação segura de cogumelos. Não tente identificar cogumelos pelas imagens apenas. Existem muitas espécies perigosas ou letais! A identificação precisa requer muita experiência e rigor na informação. NÃO NOS RESPONSABILIZAMOS pelo uso incorreto das informações aqui disponibilizadas! Não utilizem cogumelos como alimento ou chás! MICOTOXINAS PODEM MATAR!

Nas matas de Sergipe a diversidade de espécies é enorme, mas ainda pouco conhecida. Na serrapilheira, além dos cogumelos aparecem muito organismos, alguns usam camuflagens, com o propósito de serem confundidos com o entorno. A mariposa (foto abaixo) é um ótimo exemplo!

Serra de Itabaiana (Foto: Clóvis Franco).
Nesta postagem, além dos cogumelos que foram identificados e fotografados por nós, vamos apresentar alguns espécimes que foram encontrados e fotografados por colaboradores. A imagem abaixo foi obtida por Dra. Adriana Bocchiglieri, do DBI/UFS, na Mata do Junco em Capela. Trata-se de um basidiocarpo fora do comum, da família Phallaceae: Phallus indusiatus Vent.: Pers.
 Phallus indusiatus Vent.: Pers. (Foto: Adriana Bocchiglieri)
O corpo de frutificação de P. indusiatus contém polissacarídeos biologicamente ativos: β-D-glucano chamado de T-5-N, e que possui atividades antinflamatórias e anti-câncer. 

Outras contribuições (fotos) vieram de Willy Leal (discente do DBI/UFS). Os cogumelos foram encontrados em duas cavernas em Laranjeiras-Se. Não existe a possibilidade de uma identificação positiva, mas o primeiro (esquerda, foto abaixo) é um Basidiomiceto, Agaricales (Leucocoprinus?). O segundo (vermelho) possui um corpo de frutificação muito conspícuo e certamente é  um Ascomiceto, Pezizales, possivelmente da família Sarcoscyphaceae,  Cookeina tricholoma (?).

Cogumelos das cavernas de Laranjeiras. (Foto de Willy Leal)


Cogumelos saprófitos encontrados no lixo, nas imediações da lagoa de estabilização da UFS. Gênero Pluteus (Pluteus albostipitatus ? (Dennis) Singer). 

Pluteus sp. (Foto: Clóvis Franco)


Pluteus sp. (Foto: Clóvis Franco)  Primeira ocorrência para Sergipe.
Pluteus sp. (Foto: Clóvis Franco)
A estipe branca, lâminas em grande número afastadas do centro, ausência completa do véu universal:  Pluteus é o único gênero que combina estas características.

Corpos de frutificação de cogumelos no solo da mata da Serra de Itabaiana; são cogumelos saprófitos, pertencentes a muitos gêneros e espécies. Imagem abaixo, Lachnocladium schweinfurthianum P. Henn. Agaromiceto, Russulales, Lachnocladiaceae.

Lachnocladium schweinfurthianum P. Henn.  (Foto: Clóvis Franco)

Lachnocladium schweinfurthianum P. Henn.  (Foto: Clóvis Franco)


Basidiocarpo comum na serrapilheira do Parque Nacional da Serra de Itabaiana é da espécie Hymenochaete damicornis (Link) Lév.
Hymenochaete damicornis (Link) Lév. (Foto: Clóvis Franco)

Hymenochaete damicornis (Link) Lév. (Foto: Clóvis Franco)


Outro cogumelo (Polyporaceae) que pode ser encontrado frequentemente na Serra de Itabaiana é Polyporus grammocephalus Berk.
Polyporus grammocephalus Berk. (Foto: Clóvis Franco).

Polyporus grammocephalus Berk. (Foto: Clóvis Franco). 
POSTAGEM EM CONSTRUÇÃO!

sexta-feira, 9 de março de 2012

O REINO DOS FUNGOS V

A diversidade de cogumelos em Sergipe é grande e pouco conhecida!
Necessitamos proteger e conservar a biodiversidade e os recursos naturais, o que deve ser prioridade e preocupação generalizada não só da comunidade científica, mas da sociedade.

 
AVISO IMPORTANTE:
As informações aqui postadas, por si só não permitem a identificação segura de cogumelos. Não tente identificar cogumelos pelas imagens apenas. Existem muitas espécies perigosas ou letais! A identificação precisa requer muita experiência e rigor na informação. NÃO NOS RESPONSABILIZAMOS pelo uso incorreto das informações aqui disponibilizadas! Não utilizem cogumelos como alimento ou chás! MICOTOXINAS PODEM MATAR!


Cogumelos que aparecem nos gramados e quintais: são admiráveis, mas é preciso cuidado no manuseio, podem ser tóxicos! Chlorophyllum molybdites (G. Mey) Massee, um cogumelo que ocorre frequentemente nos gramados (arredores de Aracaju, no interior, Mosqueiro; primeira ocorrência para Sergipe). Esta espécie possui toxinas danosas ao aparelho digestório, lave as mãos depois de manuseá-lo! 
Os "links" abaixo esclarecem sobre toxinas e seus efeitos:

Chlorophyllum molybdites (G. Mey.) Massee (Foto: Clóvis Franco)

Chlorophyllum molybdites (G. Mey.) Massee (Foto: Clóvis Franco)
O píleo de C. molybdites pode ser observado nas diversas fases de desenvolvimento (acima). Desde o botão até o amadurecimento total. É um cogumelo carnudo que pode ser prontamente reconhecido pelas lamelas verde-ervilha, sobretudo algum tempo depois da coleta.

Chlorophyllum molybdites (G. Mey.) Massee (Foto: Clóvis Franco)

A película escura no topo do píleo é resquício do véu universal, uma espécie de membrana que recobre as lâminas, ligando-se ao anel membranoso observado na parte superior da haste.

Cogumelo jovem com píleo (chapéu) recoberto pelo véu.

Píleo ou chapéu (Agaricus campestris.), brotando do solo com véu e lâminas à vista!


A cor dos esporos: pode revelar o gênero de um espécime, ou mesmo pode diferenciar espécies similares. Todos os Agaricus possuem esporos de tons de marrom. Fazer o "esporo print" ou esporada é uma maneira de identificar espécies de cogumelos.

Depósito de esporos (esquerda) e o chapéu (píleo) de onde vieram.

Agaricus spp.  são  comuns na região. Agaricus cf. arvensis Schaeff., cogumelo comestível  (foto abaixo). NÃO TENTEM UTILIZAR COMO ALIMENTO. PERIGOSO! Não é possível ter certeza da espécie através de fotos. Identificação de cogumelos é uma tarefa difícil.

Agaricus cf. arvensis Schaeff.  (Foto: Clóvis Franco).

Agaricus cf. arvensis Schaeff.  (Foto: Clóvis Franco).

Esporo "print" de A. cf. arvensis. (Foto: Clóvis Franco)

Agaricus campestris Linnaeus são sapróbios, crescem separadamente ou são gregários. Considerados, no mundo inteiro, comestíveis e saborosos, de odor agradável.
Agaricus campestris Linnaeus. (Foto: Clóvis Franco)
Crescem em gramados, pastos, sítios e quintais, em todo estado. As lâminas (parte de baixo do píleo) são róseas, ficando escuras quando envelhecem.

Agaricus campestris Linnaeus. (Foto: Clóvis Franco)
Agaricus campestris Linnaeus. (Foto: Clóvis Franco)


Círculos das fadas (fairy circles, fairy rings), podem ocorrer nos gramados. Diversas espécies de cogumelos podem formar círculos. Acontece quando a germinação dos esporos ocorre em locais favoráveis mandando hifas, igualmente, em todas as direções. Basidiomiceto, família Tricholomataceae, Collybia spp. são comuns na região. 
Collybia sp. (C. coracicolor?) crescendo no gramado (Foto: Clóvis Franco).


Collybia sp. (foto: Clóvis Franco)
Hygrocybe spp. comum em todo estado, crescendo nos gramados e também nas matas (serrapilheira). Possuem lâminas amplas, carnosas, adnexas. Ficam grudentos quando úmidos.
Hygrocybe sp. (Foto: Clóvis Franco).
Hygrocybe sp. (Foto: Clóvis Franco). 
Hygrocybe sp. (Foto: Clóvis Franco).  


Hygrocybe sp. (Foto: Clóvis Franco). 
Basidiomicetos, família Polyporaceae, Polyporus spp. são muito frequentes em todo estado, ocorrendo em  substratos variados inclusive nos gramados.
Polyporus cf. ciliatus Fr. ex Fr. Primeira ocorrência para Sergipe (Foto: Clóvis Franco).


Polyporus cf. ciliatus Fr. ex Fr. Primeira ocorrência para Sergipe (Foto: Clóvis Franco).
Abaixo: Basidiomiceto, Agaricales, não identificado. Aceitamos ajuda!
Basidiomiceto não identificado (Foto: Clóvis Franco).

Basidiomiceto não identificado (Foto: Clóvis Franco). 




POSTAGEM EM CONSTRUÇÃO!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O REINO DOS FUNGOS IV

A diversidade de cogumelos em Sergipe é grande e pouco conhecida!
Necessitamos proteger e conservar a biodiversidade e os recursos naturais, o que deve ser prioridade e preocupação generalizada não só da comunidade científica, mas da sociedade.

  
AVISO IMPORTANTE:
As informações aqui postadas, por si só não permitem a identificação segura de cogumelos. Não tente identificar cogumelos pelas imagens apenas. Existem muitas espécies perigosas ou letais! A identificação precisa requer muita experiência e rigor na informação. NÃO NOS RESPONSABILIZAMOS pelo uso incorreto das informações aqui disponibilizadas! Não utilizem cogumelos como alimento ou chás! MICOTOXINAS PODEM MATAR!

Ocorrência de cogumelo raro em SergipeGyrodontium sacchari (Spreng.) Hjortstam 1995, Basidiomycota, Agaricomycetes, Boletales, Coniophoraceae. A primeira descrição foi baseada em espécime encontrado no Brasil. Ver link:



Gyrodontium sacchari (Spreng.) Hjortstam. (Foto: Clóvis Franco) Primeira ocorrência para Sergipe, talvez uma rara ocorrência para o Brasil.

A foto abaixo mostra o local onde foi encontrado G. sacchari. Com a chegada do desenvolvimento na área em questão, o habitat foi erradicado! Até o momento não sabemos de mais ocorrências para Sergipe.
Gyrodontium sacchari (Spreng.) Hjortstam. foi encontrado dentro de um tronco, no Sítio Tujubeba, São Cristóvão.


Basidiomiceto, Hymenochaetaceae, encontrado na região de Tabuleiros Costeiros em São Cristóvão. 

Basidiomiceto, Hymenochaetaceae (Foto: Clóvis Franco).


Laetiporus sulphureus, encontrado amplamente em varias regiões do estado, especialmente sobre madeira em decomposição. 

Laetiporus sulphureus (Bull.) Murrill. (Foto: Clóvis Franco)





Tyromyces sp. também ocorre em todo estado, inclusive sobre madeira morta, nos quintais.

Tyromyces sp. (Foto: Clóvis Franco).


Abaixo, mais um basidiomiceto (Polyporaceae) que foi observado nos arredores de Aracaju, crescendo nas cercas dos quintais. primeira ocorrência para Sergipe.

Lentinus bertieri (Fr.) Fr. Nova ocorrência para Sergipe (Foto: Clóvis Franco) 

Lentinus bertieri (Fr.) Fr. (Foto: Clóvis Franco)


Basidiomiceto (Polyporaceae) muito comum na Serra de Itabaiana, Polyporus tenuiculus (P. Beauv.) Fr., encontrado sobre troncos mortos de angiospermas.

Polyporus tenuiculus (P. Beauv.) Fr. (Foto: Clóvis Franco)


P. tenuiculus, parte de baixo do píleo, com poros.




Basidiomiceto, Hygrophoraceae, Hygrocybe spp. muito comuns em Sergipe, especialmente na Serra de Itabaiana.

Hygrocybe cf. miniata (Fries.) Kumm. (Foto: Clóvis Franco)


Hydropus cf. cavipes (Pat. & Gaillard) Dennis, cogumelo (Basidiomiceto) encontrado na Serra de Itabaiana. Primeira ocorrência para Sergipe. 


Hydropus cf. cavipes (Pat. & Gaillard) Dennis (Foto: Clóvis Franco)




Pleurotus djamor (Rumph. ex Fr.) Boedijn (Foto: Clóvis Franco)

Mais uma nova ocorrência para Sergipe: Pleurotus djamor (Rumph. ex Fr.) Boedijn, econtrado no Parque da Cidade, Aracaju.







POSTAGEM EM CONSTRUÇÃO!



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O REINO DOS FUNGOS III

A diversidade de cogumelos em Sergipe é grande e pouco conhecida!
Necessitamos proteger e conservar a biodiversidade e os recursos naturais, o que deve ser prioridade e preocupação generalizada não só da comunidade científica, mas da sociedade.



AVISO IMPORTANTE:
As informações aqui postadas, por si só não permitem a identificação segura de cogumelos. Não tente identificar cogumelos pelas imagens apenas. Existem muitas espécies perigosas ou letais! A identificação precisa requer muita experiência e rigor na informação. NÃO NOS RESPONSABILIZAMOS pelo uso incorreto das informações aqui disponibilizadas! Não utilizem cogumelos como alimento ou chás! MICOTOXINAS PODEM MATAR!


A expansão imobiliária gera preocupação? O que poderemos estar perdendo de biodiversidade com o avanço da indústria imobiliária? 
Nas áreas mais distantes do asfalto, nos sítios e quintais, ainda existem muitos organismos importantes na manutenção da verdadeira qualidade de vida.

Cogumelos decompositores em tronco apodrecido. Região costeira, Aracaju.(Foto: Clóvis Franco)


A foto mostra um detalhe dos cogumelos (venenosos!) acima. Agáricos, com lâminas na parte de baixo do píleo e esporos ferrugíneos, pertencentes à família Strophariaceae, gênero Gymnopilus P. Karst.
Gymnopilus cf. junonius (Fr.) P.D. Orton (Foto: Clóvis Franco)

Um cogumelo de comportamento muito "esquisito"! Logo após o amadurecimento, em poucas horas, dissolve completamente: deliquescência!
Coprinus lagopus (Fr.) Fr. (Foto: Clóvis Franco)
Coprinus lagopus, comumente denominado "tampa de caneta", "pé de coelho", ocorre nos gramados, quintais, também em troncos apodrecidos. Você já tinha visto esse cogumelo? Dissolve através de um fenômeno denominado deliquescência. A deliquescência é definida pela característica intrínseca de uma substância altamente higroscópica em se dissolver na própria água absorvida. Ou seja, se for deixado exposto ao ambiente, em um curto espaço de tempo, toma a forma líquida (como se estivesse “derretendo”).



Coprinus lagopus, no Mosqueiro-Se. Primeira ocorrência para Sergipe. (Foto: Clóvis Franco);
O fenômeno relatado acima é um mecanismo de dispersão rápida de esporos!


Um cogumelo comum em nossa região, crescendo sobre excremento, é Panaeolus antillarum.
Panaeolus antillarum (Fries.) Dennis. (Foto: Clóvis Franco)
Por acaso, o plano de fundo é um close-up de P. antillarum, não façam trocadilhos!


P. antillarum, gotas d'água formando a imagem das lâminas! (Foto: Clóvis Franco)


Outro cogumelo esquisito, encontrado nos sítios e quintais da região, Clathrus ruber, conhecido vulgarmente como "gaiola de bruxa" ou "lanterna de bruxa"!


Clathrus ruber P. Micheli ex Pers. (Foto: Clóvis Franco).

Uma gleba escura de odor fétido recobre a superfície interior da “gaiola”. A zona basal do cogumelo encontra-se rodeada de uma volva branca e cordões miceliares (foto abaixo). A dispersão dos esporos é feita pelo vento ou insetos (principalmente moscas) atraídos pelo forte odor de carne podre.

Clathrus ruber, volva branca na base.

Coprinus é um gênero que vive em matéria orgânica, saprofiticamente.

Coprinus niveus (Pers.: Fries) Fries. (Foto: Clóvis Franco).

                                       Coprinus niveus (Pers.: Fries) Fries. (Foto: Clóvis Franco). 
Uma visão das lâminas, sem a estipe, na superfície inferior do píleo em C. niveus. A cor escura corresponde à cor dos esporos. A cor e a forma dos esporos são indícios importantes na identificação do cogumelo.




Coprinus plicatilis (Curt.: Fr.) Fr. (Foto: Clóvis Franco)

C. plicatilis, um dos cogumelos mais comuns nos gramados e solo adubado. A foto seguinte mostra uma visão das lâminas, na parte inferior do píleo.

C. plicatilis, uma visão das lâminas na parte inferior do píleo. (Foto: Clóvis Franco).


Aqueles troncos apodrecidos, abandonados no fundo do quintal, um dia vão ser atacados por fungos decompositores. Às vezes os cogumelos possuem formas muito diferentes do que você espera encontrar. O corpo de frutificação abaixo, Dacryopinax spathularia é um exemplo de Basidiomiceto da família Dacrymycetaceae. Causa uma extensa decomposição na madeira.

Dacryopinax spathularia (Schwein.) G.W.Martin  (Foto: Clóvis Franco).


Em muitas ocasiões observamos este tipo de organismo sobre a superfície das árvores, galhos, etc. Não podem ser considerados cogumelos, são líquens. Entretanto, os líquens são formados de fungos liquenizados, associados às algas verdes ou cianobactérias.
As estruturas em forma de taça (de cor avermelhada) representam o "corpo de frutificação" do fungo associado à alga. Este líquen é tolerante à poluição atmosférica.

Candelaria cf. concolor (Dicks.) B. Stein. Um líquen folhoso. (Foto: Clóvis Franco).

Pholiota squarrosa, um cogumelo comum em todo o estado de Sergipe (em primeira mão), crescendo sobre coqueiro em decomposição. 


Pholiota squarrosa (Muller ex Fr.) Kummer. 


A "bolha assassina"!




POSTAGEM EM CONSTRUÇÃO: ACEITAMOS CONTRIBUIÇÕES, SUGESTÕES, COMENTÁRIOS!