segunda-feira, 12 de maio de 2014

O REINO DOS FUNGOS VII

A diversidade de cogumelos em Sergipe é grande e pouco conhecida!
Necessitamos proteger e conservar a biodiversidade e os recursos naturais, o que deve ser prioridade e preocupação generalizada não só da comunidade científica, mas da sociedade.


AVISO IMPORTANTE:
As informações aqui postadas, por si só não permitem a identificação segura de cogumelos. Não tente identificar cogumelos pelas imagens apenas. Existem muitas espécies perigosas ou letais! A identificação precisa requer muita experiência e rigor na informação. NÃO NOS RESPONSABILIZAMOS pelo uso incorreto das informações aqui disponibilizadas! Não utilizem cogumelos como alimento ou chás! MICOTOXINAS PODEM MATAR!

Durante décadas temos realizado excursões na Serra de Itabaiana (atualmente Parque Nacional, PNSI), com alunos do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Sergipe. Trata-se de um excelente laboratório onde é possível visualizar e aprender sobre inúmeras espécies que compõem esse ambiente único!


Turmas de BVI! (Protistas, Fungos e Vegetais Inferiores). Foto: Clóvis Franco.


Observando e coletando amostras para análises. Foto: Daniela Melo.



A estação do IBAMA no PNSI tem sido de grande importância para nosso trabalho. Foto: Daniela Melo.


Nesta postagem estamos divulgando algumas espécies de cogumelos (1ª ocorrência) ainda desconhecidos para Sergipe. A imagem abaixo mostra Cyathus stercoreus, um basidiomiceto saprófito que ocorre sobre excremento de animais. São 'apelidados' de ninho-de-pássaro!  Os corpos de frutificação são pequenos (5–15 mm largura e 4–8 mm altura) em forma de urna ou vaso, contendo de um a vários peridíolos¹ em forma de disco que se assemelham a pequenos ovos (na verdade uma gleba, massa de esporos constituída por 7-12 peridíolos). Quando uma gota de chuva atinge um dos vasos ou urnas, os “ovos” são ejetados à distância, grudando em um obstáculo para reiniciar o ciclo de vida.

¹Ver glossário sobre termos micológicos:
http://materiais.dbio.uevora.pt/ectoiberica/GUME/Glossario.pdf

Cyathus stercoreus (Schwein.) De Toni. Foto: Clóvis Franco.


Xerocomus é um gênero de fungo (basidiomiceto) relacionado a Boletus. Muitos micologistas não reconhecem a distinção, apesar dos diversos estudos moleculares demonstrando que são gêneros distintos. A maioria dos Boletus/Xerocomus, são comestíveis (NÃO TENTEM!). 
Xerocomus sp. coletado na Serra de Itabaiana. Foto: Clóvis Franco.
Cookeina tricholoma Ascomicetos xilófilos correspondem às espécies fúngicas que formam corpos de frutificação (ascomas) sobre madeira. Alguns, possuem a capacidade de degradar lignina, contribuindo para a decomposição destes substratos.
Cookeina tricholoma  (Mont.) Kuntze. Foto: Clóvis Franco.



Basidiomiceto, Craterellus tubaeformis ( Sin. Chantarellus tubaeformis) é um cogumelo comestível (NÃO TENTEM!), encontrado no folhedo da Serra.

Craterellus tubaeformis (Fr.) Quél. Foto: Clóvis Franco.



Pluteus, é um gênero amplo com mais de 300 espécies. São saprófitos, especialmente em madeira apodrecida, possuem numerosas lâminas afastadas da haste, 'spore prints' cor-de-rosa! 

Pluteus sp. Foto: Clóvis Franco.


Volvopluteus, um novo gênero segregado do gênero Vovariella, em função de análises baseadas em sequenciamento genético. São grandes cogumelos saprofíticos com lâminas e esporos cor -de-rosa, sem anel, com a presença de volva.

Volvopluteus gloiocephalus Vizzini, Contu & Justu (2011). Foto: Clóvis Franco.


Ramaria cyanocephala, uma valiosa contribuição de Hamilton Ferreira Barreto e Anderson Mendonça Conceição (bolsistas DBI-UFS). Cogumelo encontrado na Mata do Junco, Capela-Se. Provavelmente primeira ocorrência para Sergipe.

Ramaria cyanocephala (Berk. & M.A. Curtis) Corner 1950 



Postagem em construção!